Aumento de 0,3% é pequeno, mas simbólico; serviços como Spotify e Deezer contribuíram para resultado
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SÃO PAULO – A indústria da música quebrou uma sequência de 12 anos de perdas em 2012, registrando um aumento pequeno, mas simbólico de 0,3 % nas receitas comerciais para US$ 16,5 bilhões, mostraram dados da Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI) nesta terça-feira, 26.
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O ligeiro aumento virá como um alívio para os chefes de gravadoras que viram o valor das vendas despencar de um pico de US$ 28,6 bilhões de dólares em 1999, com os downloads ilegais e a relutância em abraçar a era digital afetando duramente as receitas.
Mais uma vez, foi o setor digital que mostrou o maior crescimento, e pela primeira vez, mais do que compensou as perdas nas receitas físicas. “No início da revolução digital, era tema comum dizer que o digital estava matando a música”, disse Edgar Berger, presidente internacional da Sony Music Entertainment.
“Bem, a realidade é, o digital está salvando a música. Acredito firmemente que isto marca o início de uma história de crescimento global. A indústria tem todos os motivos para ser otimista sobre seu futuro.” As vendas digitais das gravadoras subiram cerca de nove por cento no ano passado sobre 2011, para US$ 5,6 bilhões e responderam por 34% do rendimento total.
As vendas de downloads aumentaram 12%, para 4,3 bilhões de unidades mundialmente. As vendas de álbuns digitais cresceram 17%, para 207 milhões. Serviços de assinatura como o Spotify e o Deezer “atingiram a maioridade” no ano passado, de acordo com a IFPI, e devem cruzar a marca de 10% em fatia do total das receitas de música digital pela primeira vez.
O Spotify tem mais de cinco milhões de assinantes pagantes, comparado com três milhões no final de 2011, e é a segunda maior fonte de receitas de música digital na Europa. O Deezer também se expandiu rapidamente, chegando a três milhões de assinantes pagantes em todo o mundo. De acordo com a IFPI, o álbum de maior sucesso de 2012 foi o da cantora britânica Adele, “21″, que vendeu 8,3 milhões de cópias de 18,1 milhões em 2011.
A artista norte-americana Taylor Swift ficou em segundo lugar no ano passado com “Red” (5,2 milhões), a banda britânica One Direction tomou a terceira e a quarta posições com “Up All Night” e “Take Me Home”, respectivamente (4,5 milhões e 4,4 milhões) e a cantora norte-americana Lana Del Rey ficou em quinto, com “Born to Die” (3,4 milhões).
Nas paradas de singles digitais, a canadense Carly Rae Jepsen assumiu a liderança com “Call Me Maybe” (12,5 milhões de cópias vendidas), seguida pelo belga-australiano Gotye com “Somebody That I Used to Know” e o sul-coreano Psy com “Gangnam Style”. O brasileiro Michel Teló foi o sexto com “Ai Se Eu Te Pego”.
Embora o foco tenha sido o crescimento do setor digital, as vendas de formatos físicos ainda foram responsáveis por 58% das receitas em 2012, abaixo dos 61 por cento em 2011, e as quedas no mercado de CD em muitos países continuaram a representar grandes desafios.
A IFPI, que representa a indústria da música liderada pelos três “grandes” selos Universal, Sony e Warner Music Group, também ressaltou o papel da indústria da música na ampla explosão da mídia digital e social.
/ Reuters
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